quarta-feira, 22 de janeiro de 2014



GO UP is a sight specific performance that invites the audience to go up to the roofs of the local city(where the performance happens).
The proposal is to rediscover the affectionateness with the city and a new cartography: the map of roofs and terraces. 
Up there, the audience will find a pair of binoculars and several headphones with voices that talk about the city view from the top. Writers will be invited to write about GOing UP.

Observations:
There's always a monitor with the audience that will be taking care of the terrace. No more than 10 people can do this performance at the same time. And for 15 minutes the audience explores the landscape.

Two writers will be invited to think about the local city from this perspective. To each city there are local writers invited. 


     

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Lift Santa Justa's view


Citybooks

citybooks: unique city portraits through words and pictures by European authors and artists.

citybooks: short stories about cities written by famous authors and up-and-coming literary talents. Perfect for on your e-reader, or for a lazy listening session on your mp3 player. Let the power of imagination carry you to Chartres, Graz, Venice or Skopje. Read about Lasha Bugadze' Song for Tbilisi, follow Arnon Grunberg toLublin, or listen to Chika Unigwe's Heart of Darkness in Turnhout.
Read, listen and watch citybooks on our website and follow all the citybooksactivities on  facebook , twitter .
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domingo, 19 de janeiro de 2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Lisboa


O que é que se passa contigo? Juro que de todas as vezes que tento conversar é com o objectivo de perceber melhor aquilo que tu queres. Quase todas as vezes venho para casa com a sensação de que não nos entendemos bem como eu gostaria. Perco muito tempo a imaginar como é que os outros lidam contigo, já que para mim é tão difícil.
Falta parares de viver aquilo que imaginas interessante e passares realmente a assumir a tua nova cara, no novo país e na nova europa.

A livraria


A livraria deve ter espaço para se conversar ou então para se ler livros sozinho. Deve ser um ponto de encontro. Na livraria em que fui hoje podia-se falar mas só baixinho. Então sozinha agarrei num livro pesado e grande do Pedro Cabrita Reis, abri a primeira página e li a frase: aprendi que nada pode ser só uma coisa. Já não me lembro em que contexto é que aquela frase me fez sentido, mas de facto fez, tanto que quando saí para a rua vim inspirada como se saísse de um museu.

Sinead Morrissey




This planet, this cloudy planet, is the earth. 
We cannot guess how flawed and insignificant it is
unless we travel, in our imaginations, to another star -
to another stone-pocked sphere without atmosphere
where an orderly people, curious and conciliatory,
stares out across the vast and silent territory
of intergalactic space, dreaming of otherness...

                                                    from 'The Clangers'

sábado, 11 de janeiro de 2014

GO UP








Description: 
Go up is a performance that invites the audience to go up to the roofs of Lisbon. The proposal is the rediscover an affectionateness with the city and a new cartography: the map os roofs and terraces. 

Up there the audience will find a pair of binoculars and several headphones with voices that talk about this city view form the top. And for 15 minutes the audience explores the landscape.

Observations:
There's always a monitor with the audience that will be taking care of the terrace. No more than 10 people can do this performance at the same time. 
Four writers will be invited to think Lisbon from this perspective. The invitations are though to Gonçalo M Tavares and Tim Etchells (artist of the city 2014) and more two names that we will find appropriate for this work.    





quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

SUBIR

SUBIR é uma performance que convida o espectador a subir aos telhados de Lisboa. O objetivo é redescobrir a sua afetividade com a cidade através de uma nova cartografia: o mapa dos telhados e coberturas.
Nas alturas, o espectador encontra um par de binóculos e vários fones com vozes que narram a cidade vista de cima. Durante 15 minutos é livre de explorar essa paisagem.

As subidas são sempre feitas com um acompanhante que ficará a tomar conta do local. Haverá quatro textos diferentes pensados por quatro escritores a quem será feito o convite para pensar Lisboa nesta perspectiva. Os convites estão pensados para nomes como Gonçalo M Tavares e Tim Etchells (artista da cidade 2014) e outros que se venham a verificar adequados. A intenção deste, é fazer com que este evento seja também uma atração literária.


PRÉ-PRODUÇÃO
Pré-produção              Custo
Telefone                        150
Visitas ao local                100
Reuniões com a Equipa 200
Divulgação do Projeto 400


EQUIPAMENTO
Equipamento                 Custo
Equipamento de Som   500
Fones                                     75
Binóculos                                     40
Suportes                           200
Manutenção                   400



PÓS-PRODUÇÃO
Pós-produção          Pagamento
Limpeza do local             100
Divulgação electrónica     200
Total                                     300


ORÇAMENTO FINAL:
Orçamento Custos
Pré-produção    850
Pessoal          3000
Equipamentos  1215
Pós-produção    300

Orçamento Final: 5365

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Orquestra parte 3



CENA 5 (solução)

C - Eu sou o cosmos com a razão. Juntos. Tenho uma solução.
B- Eu sou a vaidosice e a presunção e adoro contrapor a frase anterior. 
C- Vim resolver esta situação, através desta conexão: Nesta sala a nossa trajetória deve ser aleatória. O problema é que a distância destas cadeiras é pensada da mesma forma à 200 anos e hoje será a mesma. O espaço de cada um confina-se à cadeira e a mais um bocadinho. Então o único momento livre é o antes do começo, precisamente aquele em que procuramos os nossos lugares. Proponho que nunca começemos. Ficaremos no caos. 
O caos é a liberdade! O caos são vários instrumentos ao mesmo tempo. O caos é tudo ao mesmo tempo e é só um. 


A Entra com uma planta na mão, que simboliza o começo da vida, e explica a teoria do Big Bang. 

A- O Big Bang é a teoria da origem do Universo ou a hipótese do atomo primordial. BIG BAAANG, houve uma explosão, apareceu o primeiro atomo e o Universo expandiu-se.
Todos os sistemas movem-se em torno de um único que os inscreve. Como neste espaço, todos os dias , cada um repete os mesmos movimentos nos ensaios e nos concertos. E todos eles fazem parte do mesmo. 
Nesta Orquestra ou no Universo existem muitas trajetórias imprevisíveis. Surgem sistemas a todos os minutos. Não é necessário fixar os movimentos a trajetórias já existentes.
Se houver uma explosão podemos começar qualquer coisa. 

 D, B e E preparam uma pequena explosão atrás de A.  Ela é ignorada por todos os atores.

C - Aquilo que eu pedi era o meu espaço de abstracção. Hoje não quero ser neutro. Quero aparecer, quero ser mandado embora, quero desafinar. 



 CENA 6
Entra E de fato e vem fazer um discurso à boca de cena. 
B atrás dele segura um cartaz que diz AULA DE 14 DE JANEIRO DE 1976


E – Este ano gostaria de começar, mas começar somente, a tentar compreender o 'como do poder'. Isto é, tentar apreender os seus mecanismos entre dois pontos de referência ou dois limites: de um lado, as regras de direito que delimitam formalmente o poder, de outro lado, a outra extremidade o outro limite, seriam os efeitos de verdade que esse poder produz. Poder, direito e verdade: existe uma questão tradicional que é aquela, acho eu, da filosofia política e que se poderia formular assim: como o discurso da filosofia é entendido como o discurso por da verdade e como ele pode fixar os limites de poder. Quais são as regras de direito de que lançam mão as relações de poder para produzir discursos de verdade? Qual é esse tipo de poder capaz de produzir discursos de verdade que são, nesta sociedade, dotados de efeitos tão potentes?

Black out. 

SPALLA– Queria-vos todos reunidos aqui dentro de 10 minutos. Antes da avaliação vamos fazer silêncio. Obrigado. 
A- Hoje ninguém vai tocar. Vamos fazer silêncio. 
D – Não vai haver avaliação. 
B- Hoje só fazemos silêncio.

Os atores saem e ouve-se nos bastidores os passos dos atores nas coxias. Ouvem-se pequenas conversas que não se conseguem perceber. 

Entra a música Silence is Sexy dos Einsturzede Neubauten. No escuro, as portas do teatro abrem-se e o público é convidado a sair. 



Orquestra parte 2



CENA 3 (Neutralização)
( Para o público)

C - Uma vez vi uma escultura que se abria no espaço. Eram dois quadrados abertos que    neutralizavam um espaço de ar. 
Eu estou aqui á procura do meu espaço de abstração. Porque a minha figura aqui é neutralizada. Nada do que digo é ouvido como uma verdade. As minhas vontades estão sempre ao serviço do concerto. Quero dizer que o vazio é igual a mim. É neutralizado pela estrutura que o envolve. 
(envolve com os braços um pedaço de ar)
O espaço que eu abri agora, por exemplo, está neutro até os meus braços saírem desta posição. Só se me agredirem é que este espaço se desmancha. Mas eu desmancho sozinho. 


Entra a música The Rapture, In the Grace of your Love

B faz uma ligadura no braço, como se estivesse partido. D vai até ao microfone que está em frente e põe-se em bicos dos pés para falar porque ele está muito a cima da sua altura. Spalla, A, E, D, B abrem uma garrafa de espumante e brindam. 

D - Eu fui para o conservatório errado. Eu queria ser actriz, ser sexy... e cool. Queria andar a dizer Shakespeare de boca cheia e estravazar nos movimentos e no tom. Queria ser uma gazela histérica, ter toda a gente a olhar para mim, enganar-me e repetir. Eu queria sobressair e não fazer parte de um todo. So.. in the grace of our love, I propose a toast to everyone...
Afasta-se e junta-se ao grupo que lá atrás, se diverte enquanto brinda.

CENA 4

Entra um helicóptro telecomendado. 
SPALLA - O resgate é o momento mais excitante desta jornada. Eles chegam e sobrevoam a cidade, são controlados pelo B. (chama) B! 
B- Eu sou o controlador.
A -Eu sou polícia só não digo de que país
B -Vamos neutralizar este momento. Eu deixo de ser controlador e voce polícia. 

A- Os lugares da Orquestra funcionam como na Assembleia. Aqueles que estão mais perto do centro são os que têm mais poder. E todos temos o mesmo objectivo: garantir a cadeira. 
C -Nós temos todos que aparecer. E só aparecemos porque nunca fomos embora. 
B -Mas a questão aqui é que estamos fisicamente impossibilitados de tocar, por isso não entendo quem fez este convite. Quem o fez, com certeza tem a liberdade de entrar e sair do teatro as vezes que quiser. Por mim, não estão convidados. Ninguém está convidado.
C - A austeridade é que nos deixa neutros, como o vazio daquela escultura, está mais próximo do que imaginamos. Provavelmente está disfarçado pelo potencial libertador que a arte tem. Quando na verdade... 
B- Aconteceu uma vez e foi extraordinário. Os músicos decidiram dispensar o maestro. Para garantir as suas cadeiras, ameaçadas por uma prova de orquestra incentivada pelo maestro. 


Orquestra parte 1


Personagens
A, B, C, D, E  (músicos) 

Maestro 

Spalla

Esta cena dramática é um esboço para a ideia de um espectáculo em torno de uma orquestra. Depois de assitir ao ensaio de Orquestra do Felini, ao filme A Banda e ao Anjo Extreminador do Bunuel, decidi experimentar como seria os direitos de poder que tem a tradição de uma Orquestra num texto dramático.
No dia 9 de Abril de 2011 a Orquestra Sinfónica Brasileira jovem abandonou o palco na entrada do maestro Roberto Minczuk como ato de protesto. O Maestro decidiu ameaçar os lugares destes músicos e submetê-los a avaliações para que garantissem as cadeiras. 

Estes músicos estão entediados enquanto esperam uma avaliação. Durante esta espera, chegam a algumas conclusões. 
Na cena está um piano preto de cauda, uma mesa e algumas cadeiras e na boca de cena um microfone com um pé muito alto. 
Os atores, durante todo o espectáculo movimentam-se no palco e nas coxias. Há vários microfones nas coxias que captam todas as pequenas conversas dos atores quando saem de cena.
O ambiente é de intervalo porque o ensaio ainda não começou. Enquanto esperam, convivem e inventam o que fazer para passar o tempo. 
Esta cena foi pensada para um palco grande, com um fundo neutro. Tudo o que foi escrito para os atores pode ser alterado durante os ensaios. Também a entrada dos objectos em cena e a sua disposição é escolhida pelos atores durante os ensaios.

CENA 1 (encurralamento)

D -Fiquei presa sozinha no banheiro agora, nao conseguia sair, tive uma crise de riso de nervoso, não conseguia pedir ajuda. 
B- Eu já quando eu fiquei presa no no... como é que é o nome.. no banheiro ali no largo do machado, no frango, como é que é o nome, num negócio no largo do machado, e aí foi horrível assim...
E - O meu pai uma vez ficou encurralado numa mina. Foi preciso chamar uma máquina que perfurasse a terra até onde eles estavam, ele e os outros mineiros, até foi preciso pagar a um governo para vir a máquina. Foi uma experiência horrível, só que depois dela o meu pai ficou completamente suportável. Ficou melhor, tornou-se uma pessoa melhor. Sensível, desenvolto, pagou todas as suas dívidas mas note-se, só depois de sair do bucaro.
Ele teve duas sortes: a primeira de ter estado encurralado e a segunda de ter saído de lá vivo. Foi uma experiência perfeita, sem consequências e com os danos morais suficientes. 

Tentam sair do palco mas pouco depois voltam e comentam entre si que a porta estava trancada.

Cena 2 (Negociação)

SPALLA -Chegou a falar com o seu amigo A?
E- Sim.
SPALLA-Pediu autorização?
E- Pedi. Tu pediste?
SPALLA- Não. É que eu sou policial, só não vou dizer de qual país.
B- Onde é que isso me afeta?
SPALLA-Eu decido quem entra e quem sai. 

Entra o maestro com um camara, ele está a dar uma entrevista por todo o palco. A sua filmagem é projetada no fundo do palco. Ele esta geralmente de costas para o público. 

MAESTRO - Eu decidi fazer uma avaliação. A única coisa que posso dizer é Graças a Deus pelo meu trabalho. Eles querem que... alguém exigente que corrija, ensine. Exigente é pouco. Um maestro implacável, que se entrega ao trabalho como um atleta em treinamento. Cada hora de regência equivale a uma hora de esteira. Em seis dias, são três quilos a menos. E o resultado aparece: mais que uma orquestra afinada, um exército em marcha... musical.