segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Continuo fascinada pela viagem. Parece não ser por acaso que neste início de mestrado estão nas leituras obrigatórias livros onde são centrais histórias de viajantes.

Era um grupo que partia em busca das minas de salomão. Quando são surpreendidos pelos Cacuanas (tribo que habita em africa profunda e que não tolera a presença de outra espécie por perto). Rapidamente são ameaçados de morte. O barão ao ouvir esta sentença, para poder conversar coloca a dentadura.
Aquele pequeno e ridículo gesto 
A tribo estremeceu com aquilo: não podiam acreditar como era possível um homem pôr e tirar partes do corpo?! 

O caçador de elefantes e também guia desta expedição, falava um dialecto que se aproximava dos Cacuanas. Decidiu arriscar e explicar-lhe que vinham do além: eram espíritas que habitavam a terra e teríam sido enviados para verificar as tarefas daquele povo. 

Assim foram levados os quatro viajantes por aqueles que acreditavam levar deuses com eles e que por isso estariam mais protegidos. 

Um deles é um barão, um homem vaidoso que depois de uma difícil passagem pelo deserto, no momento de descanso, aproveita para fazer a sua higiene. Tira um espalho do saco e procura o melhor lugar para o poisar, para então fazer a barba, limpar a dentadura e etc... 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Land Art ideia 2


A terra e o céu não estão separados.

Espero gigante na terra apontado para o ceu (isolamento) para que o convidado pense que está a andar nas estrelas.

Land Art Ideia




Fazer um telescopio gigante.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Trabalho


Estou num período muito confuso relativamente ao meu trabalho.

Palestina


Bom viajante, mau viajante, o que os distingue?
Aparentemente são apenas as atitudes como escolhas de roteiros turísticos, diferentes companhias aéreas, diferentes grupos de viagem.

Esta diferença está no espírito de aventura e no olhar sobre as outras culturas.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sobre nós


Queremos cair como um meteorito. Algo que escapou aos radares, não previsto pela meteorologia, feito de uma matéria desconhecida, vindo de um lugar não-identificável, ainda a arder.

“Uma vez apaixonei-me ali, em cinco minutos”, diz a dada altura Matilde Campilho, olhando um qualquer ponto algures no fim da rua, onde o sol excessivo rodeava as folhas de uma das árvores do Largo de São Paulo, em Lisboa, desfocando-as.
A frase veio assim do nada, a meio da entrevista, tão desarmante e espontânea quanto a poesia de Jóquei – o livro de estreia da menina Campilho – consegue ser nos seus mais iluminados momentos. Ser ou parecer, visto estes poemas terem o condão de, na sua oralidade desavergonhada, que mistura português de cá com o do Brasil (e inglês de permeio), soarem quase como uma conversa, ou antes: um monólogo saído de jacto dirigido a um qualquer tu, por vezes ausente.
Jóquei caiu no meio literário português e no brasileiro como – à falta de melhor imagem – um meteorito. Algo que escapou aos radares, não previsto pela meteorologia, feito de uma matéria desconhecida, vindo de um lugar não-identificável, ainda a arder.
Prince, Dylan, Simon & Gafunkel
Saída então não se sabe de onde, a menina Campilho é, neste momento, um caso. Literário, como acrescentaria Borges, um dos seus autores de eleição. Tanto em Portugal como no Brasil os críticos desdobram-se em encómios – sendo que o caso brasileiro é ainda mais de espantar, tendo em conta que o livro não foi lançado lá. As entrevistas seguem em catadupa, da Globo ao i, passando por publicações de poemas na Folha de São Paulo. Gustavo Rubim, crítico de poesia do Ípsilon, chamou-lhe “um acontecimento precioso em língua portuguesa” e identificou nesta voz um “vento de pura selvajaria”. Num universo em que os lançamentos não têm mais de 150 exemplares e não esgotam ao fim de anos, Jóquei já vai na segunda edição.


Existem frases que nos dizem coisas mesmo quando não sabemos porquê.

quinta-feira, 31 de julho de 2014


Como é que fazemos um trabalho sem saber por onde começar?
Como é que trabalhamos sem saber o nosso horizonte de futuro?

Não é uma convicção é uma condição.
Estarconfusoéperfeito.
Não ter país é perfeito.
Não ter nome é perfeito.
Não servir nada é perfeito.
Não abandonar nada quando não se tem nada é perfeito.
Estar desornado é perfeito.
Estar misturado é perfeito.

Estar confuso é uma forma de alienação mental, passageira ou persistente, em que o indivíduo perde todo o raciocínio claro e preciso: perturbação de ideias.

Pensamento: estar confuso é perfeito.

Porque estar confuso é perfeito


Eu e o João temos a sensação que estar confuso é perfeito, mas não sabemos porquê.
Não é uma forca de motivação é uma condição!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Estar confuso

Um amigo disse-me:
Isabel.. sinto-me como se fosse água espalhada pelo chão..que está à espera do momento em que de junta e faz nascer uma fonte.



Laboratório de escrita



Este laboratório não tem espaço físico, só virtual. Surge com a necessidade de reflectir sobre alguns problemas com amigos que vivem noutros países. Desta forma poderemos conversar, respondermo-nos e provocarmo-nos em horas desencontradas.
O conceito de laboratório para a escrita estabelece uma ligação entre a experiência e o acto de escrever - a infinidade de soluções e a formula certa - se ela existir.

Da fala para a escrita nada se perde e tudo se transforma, ou seja, desde o primeiro momento em que processarmos um pensamento para o tornamos linguagem, ele existe como matéria e nada pode fazer com quem ele se perca.

Exemplo de revista


http://www.contemporanea.pt/

Opiniões, filtro das melhores exposições e com download gratuito!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Alternativas em Lisboa


Às vezes sentimos a necessidade de voltar a fazer algo que por pouco tempo que não fizemos, consome-nos a vontade de voltar a fazer:

http://www.forumdanca.pt/workshops/index.html

CEM

http://www.c-e-m.org/




terça-feira, 4 de março de 2014

temos que deixar de ter uma critica resignada e passar a ter uma atitude construtiva,

algum dos motores da mudança têm que vir das universidades,
pior que o garrote financeiro,  é
o garrote da nao liberdade e da nao autonomia,

segunda-feira, 3 de março de 2014

Este é o mesmo texto para duas opiniões. É muito frequente acontecer isto - primeiro ter uma opinião, da qual estamos muito convictos à cerca dos termos com que nos vamos explicar e no espaço de dois dias, uma hora ou uma conversa, passamos a uma segunda opinião que anula a primeira.
Hoje jantei com os meus colegas do conservatório. Desde que cheguei que tenho tentado entusiasmar todos com uma espécie de onda positiva que veio comigo do brasil sobre o modo de nos relacionarmos como pessoas e como artistas. Então estive convencida de que devíamos todos juntar-nos para pensar a conjuntura atual das artes e em como deveríamos agir. Criar numa estrutura de raiz que se diferencie da actual pela sua organização - a criação de uma plataforma que funcionando em rede, estabelece um diálogo directo entre as diferentes companhias da cidade.
Estes diferentes colectivos juntar-se-iam para pensar o destino da conjuntura das artes em Portugal.
É claro que para tudo isto o ponto de partida seria juntar artistas que partilhassem comuns. Por exemplo, o facto de todas estas companhias quererem ter lugar nos espaços municipais e isso não ser possível. Porque estão ocupados pelas mesmas companhias há mais de 30 anos. A proposta era não só acabar com este regime de exclusividade como também iniciar este diálogo.
A segunda opinião surgiu neste jantar quando falei desta ideia. Percebi que, talvez pelo modo como a expus, ela parecia ( e com certeza é, pelo menos um bocadinho) uma grande vontade que tenho de ver esta comunicação tornar-se possível. Na verdade, as companhias de que falo, são as dos meus colegas, que por princípio escolhem afastar-se da programação generalizada. Querem e têm o direito de discordar e guerrear pelo seu espaço pentencendo a uma batalha justa entre valores, política e teatro. Explicavam-me que todas as afinidades devem aparecer a seu tempo, ao longo do tempo e que não devem ser forçadas. A radicalidade da juventude é também o seu elixir. Foi aí que eu pensei que a minha proposta pode ser feita, mas a inclusão de todos ser uma intenção pode ser um acto moralista.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Velhos e novos - brigas eternas


Ter uma alma velha ou tradicional não tem idade. Também não tem assunto. Ontem na galeria senti que falei quando não devia quando, indignada com a escolha de convidados para os nossos encontros sobre industrias criativas, por serem só a velha guarda das artes, propus que convidássemos companhias novas. O que pensei foi - se estamos à procura de definição, porque não convidar grupo que se está também a definir? De que nos serve conversar com alguém que já sabe o que está a fazer porque julga saber do que tudo se trata? Ou então que trabalha sobre o mesmo há mais de 20 anos e não tem interesse em mudar a sua forma de trabalhar? Isto é possível, justo e pode até ser interessante: conservar e aprofundar métodos e interesses. Mas se queremos perceber esta nova conjuntura que, de alguma forma nos afecta a todos, é necessário ouvir a nova geração que cresce e se forma neste contexto.

Acredito que estes confrontos de gerações aconteçam em todas as áreas, mas na arte, que atua, por definição, na urgência para o legado da memória das pessoas e da sua compreensão, tudo parece maior e mais complicado.

Na verdade não é nem deverá ser. É preciso que falemos, é preciso que discordemos. Mas principalmente que façamos tudo isto de acordo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Relações amorosas e outras paixões


Conheço vários casais com relações alternativas - quero dizer relações com uma liberdade pré-estabelecida e diferenciada do tradicional. Esta é, por norma, a definição destas relações pelos que as experienciam.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Rio


Hoje li numa crónica aquilo que sempre quis escrever sobre o Rio mas nunca consegui - como é irritante. Mas fiquei feliz, pelo menos alguém descreveu isto bem. Foi a Alexandra Lucas Coelho na sua crónica de despedida. Também ela está a deixar o Rio. Aluguel, transportes, mercado, está tudo caro. Insuportavelmente caro na zona sul. Existe um sonho à volta desta cidade. É o sonho de uma promessa de felicidade ou algum assim muito bom com o qual todo o Brasil sonha.
O que eu sentia era isto quando vim embora era isto: "Não há nenhuma razão natural para deixar o Rio, só razões naturais para ficar, as que toda a gente conhece mais esta: é fortalecedor morar em cidades que contradizem a nossa natureza e esse é o meu caso com o Rio. Então, a única razão que há para partir é não-natural, a mesma que faz o mundo olhar para cá, o Rio ter sido tomado pela narrativa do triunfo." 
Foi escrito para a crónica da despedida e não podia ser mais verdade para mim também. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014


Justificação Global do Projeto

O MUSEU TEMPORÁRIO concebe, coordena e produz conteúdos para equipamentos ou eventos culturais nas suas mais diversas áreas, cooperando com galerias, centros culturais e museus (em Portugal e no Estrangeiro), constituindo-se como um verdadeiro centro gerador de ideias e projetos. 

O estágio a que nos propomos tem como objeto a produção de eventos culturais. 
Ao longo do ano, o museu temporário produz e realiza um conjunto de exposições de artes plásticas e performances com artistas convidados. 

Em paralelo, estaremos a desenvolver uma plataforma chamada Acelerador de Partículas Criativas. Nesta plataforma pretendemos juntar um grupo de trabalhadores qualificados interessados e preocupados em atuar na nova conjuntura das artes em Portugal. Deste modo, a partir de uma programação de Conversas baseadas em case studies sobre as diversas áreas artísticas, pretendemos convidar várias personalidades para participar nestas conversas. 
Neste quadro, entre março a dezembro 2014, estaremos, uma vez por semana a produzir este evento. 

Prevendo-se o aumento de atividade este ano e havendo outras áreas em desenvolvimento, contar com um estagiário licenciado numa área artística poderá servir de alavanca à atividade do museu. 

Ao participar destas atividades, o nosso estagiário terá oportunidade de desenvolver diversas competências na área da produção cultural, relações públicas, concepção de projetos, montagem de exposições e relacionamento com a imprensa.  Outros domínios mais específicos como a concepção de textos no domínio das artes plásticas e a curadoria de exposições, serão integrados no processo de aprendizagem. Ao longo dos 12 meses de contratação, O Museu Temporário compromete-se a cumprir estes objectivos. 







quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O que é que pode ser tão ingénuo?


Hoje ganhei coragem e fui encontrar-me com o diretor de um festival para lhe mostrar o meu projeto - tive uma ideia para uma performance.
A ideia é concreta e simples, mas faltou, segundo ele, o porquê e uma fundamentação artística. E disse que o meu projeto era ingénuo. A minha pergunta é: o que é que pode ser assim tão ingénuo?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Fugas





"Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!"

                                                                                                          Pero Vaz de Caminha 1 de Maio de 1500.
BRASIL


Na primeira semana fiquei alojada no Catete. Cheguei de noite e o corpo sentiu no momento em que saí do aeroporto: tive febre e dores de cabeça. Quando chegamos ao Brasil, é natural nas primeiras semanas o corpo reagir desta forma. Estes sintomas também são do dengue, que é uma doença que paralisa o corpo com muitas dores. Aterrorizada com as doenças tropicais, quando senti febre, liguei à minha mãe a chorar (antes de ficar paralisada…), porque achava que tinha dengue. Mas afinal eram só dores de cabeça, porque o corpo demora a habituar-se ao novo clima mais húmido.
Mudei-me para uma república: o 256 da Nossa Senhora de Copacabana. Uma república com onze estudantes e viajantes. Naquele apartamento morávamos três franceses, três alemães, uma inglesa, uma holandesa, uma finlandesa e uma brasileira, além de mim.
A nossa casa estava abandonada à nossa sorte. Não tínhamos quaisquer regras. De duas em duas semanas tínhamos novos colegas de casa. Esta casa era velha e cheia de móveis, alguns que só ocupavam espaço e que não serviam para nada. A Isabel, a dona da casa, morava em Londres e todos os novos moradores, normalmente gringos, faziam um acordo com ela no Facebook e entravam na casa. Pagavam o depósito de entrada àquele que saía e, assim sucessivamente, ela fazia o seu negócio.
E tornámo-nos amigos, aqueles que não abandonavam a casa.

Curiosamente pouco tempo depois de chegar consegui um estágio. No Paço Imperial, na Praça XV, a casa que a família Real veio habitar quando se transferiu para o Brasil.
D. João VI chegou ao Rio de Janeiro em 1807. Ele e sua capitania tiveram a maior recepção já antes vista na cidade. As embarcações ancoraram no Mergulhão, onde hoje apanho o autocarro para chegar à praça e onde aqueles que, por graça de Deus eram os príncipes do Reino Unido de Portugal, do Brasil e dos Algarves, desceram e instalaram-se no Paço. Lá viveram D. João, sua esposa Carlota Joaquina, D.Pedro e D.Miguel. No mesmo lugar D.Pedro, anos mais tarde, proclamou o dia do Fico, e assim tornou o Brasil independente.
Esta chegada do D.João é um marco na história do Rio de Janeiro. Repetidas vezes, no Paço, ouvi histórias, segredos e conspirações sobre a família real que tanta curiosidade ainda hoje desperta naquela que foi considerada, pela vinda destes, a nova e última Capital do Império.
A sombra da colonização que vez nenhuma havia sentido em Portugal, vim sentir aqui quando me perguntaram: “Então portuguesa, está gostando da colônia?” Ao qual eu respondi: “Não sei, diga-me você, acabei de chegar à Capital do Império”.
O Brasil é uma terra muito grande na qual os portugueses tiveram influência. Na pouca que tiveram restou a nossa língua, comum aos dois países que torna a nossa comunicação tão fácil e tão próxima. A verdade é que quando um português chega ao Rio de Janeiro conhece mais sobre a sua terra do que alguma vez podia imaginar. A descoberta desta cidade e esta viagem para o mundo trouxe uma consciência do tamanho de Portugal.
As festas e os encontros no morro do Vidigal, na praia do Leme, na Rua do Ouvidor e em Santa Teresa, que é igual a Lisboa antiga, mas com bananeiras, ocupavam estas primeiras semanas no Rio.
Durante este período descobri que ”só me interessava aquilo que não era meu. Lei do homem. Lei do Antropográfico.” Este pensamento do Oswald de Andrade foi uma das minhas grandes descobertas no Brasil.

Por isso escrevo este texto, para fazer um convite à Viagem. Ela é, mais do que qualquer escola, a aprendizagem em si mesma, a valorização da experiência, da paisagem, dos objetos e das pessoas. Faço este convite para aqueles que partem para a viagem já saciados daquilo que vão encontrar.
Muitas vezes para os portugueses, chegar ao Brasil é aterrar num lugar já explorado e conhecido. Então pensei como seria partir “à procura de qualquer coisa”, como disse a Clarisse Lispector.
"O ser humano tem uma tendência para ser agregar, gosta de se juntar em grupos de grande dimensão e de uma qualidade variável, colectivos mais ou menos coesos e constituídos por motivos díspares e que pode ser resumido pelos afectos: desde a semelhança física ao compartilhamento da mesma língua. O homem na sua nação e cultura, pode ser arrongate ao ponto de presumir que o outro se deve identificar com os seus preceitos, mesmo que à força. A escola, a começar pela família e as multiplas intuituições são estruturas de transmissão e produção de opiniões."
In Folder da Exposição, A Viagem, curadoria Agnaldo Farias, 2013 RJ

Este texto estava no folder da exposição que estava no Paço Imperial na primeira vez que lá entrei, em antes de saber que ia lá trabalhar.
Não considerar um outro olhar, apreender apenas a visão de uma escola ou uma opinião específica, pode correr o risco de nos equivocar em relação aos outros lugares.
Esta ideia vem contradizer que aquele que acumula mais opinião é o mais instruído e completo de saber. Mas na verdade é um problema quando "as surpresas passam por nós sem surpresa." Porque quando a cabeça está repleta de opiniões e consequentemente de certezas, nós já não nos admiramos de nada.
Quando fazemos a mobilidade e estudamos noutros lugares este problema da escola não persiste. A transmissão de opiniões muda consoante a instituição e o país e com isto, nós, os estudantes, temos diferentes fontes onde absorver.  

Este é o meu convite.

Conferência sobre conferir 1


Tenho que confessar uma coisa - a maior parte dos grandes textos que leio não entendo à primeira. Provavelmente porque estou à procura de significados, quando na verdade eles já lá estão e não é preciso procurar por eles.
Por um lado, procuramos cegamente aquilo que nos foi dito sobre aquele texto, e de tanto procurar encontramos, mesmo que não lá esteja. Por outro, quando lemos verdadeiramente um texto, muitas vezes surpreendemo-nos porque não é compatível com a descrição que tínhamos dele.

Estava à procura deste texto há algum tempo.

Os jovens de hoje gostam do luxo.
São mal comportados,
desprezam a autoridade.
Não têm respeito pelos mais velhos
e passam o tempo a falar em vez de trabalhar.
Não se levantam quando um adulto chega.
Contradizem os pais,
apresentam-se em sociedade com enfeitos estranhos.
Apressam-se a ir para a mesa e comem os acepipes,
cruzam as pernas
e tiranizam os seus mestres.
SÓCRATES (470-399 A.C.)


Não vão acreditar, mas eu citei este texto várias vezes sem o ter lido, porque achei que dizia exactamente o contrário. 

Quando li não quis acreditar.
O peso que tem o nome de Sócrates fez com que tentasse procurar algo de interessante e verdadeiro nisto que ele disse. A verdade, é que quando leio este texto a única coisa que consigo dizer é que apesar de muitas coisas geniais que poderá ter descoberto, esta citação é igual às do meu avô, que não acreditava na geração dos netos. 
A única explicação que consigo arranjar para isto é o facto de não conseguirmos suportar novas opiniões e formas de estar que fiquem em confronto com a nossa.  Parece que a capacidade de mudança diminui à medida que o tempo vai passando. E não está necessariamente ligado à idade mas sim ao espírito. Já ouvi pessoas com vinte anos a criticarem as de quinze - diziam que em poucos anos se tinha perdido o respeito pelos outros, que a noite dos mais novos era cada vez mais descontrolada - fumavam mais bebiam demais. O que é que isto interessa? E que fundo é que isto tem de verdade? 
Também não me quero tornar moralista com a minha opinião, mas irrita-me os clássicos serem verdades únicas e relativamente a este assunto, irrita-me a arrogância com as gerações que aí vêm.


Falo de coração aberto, é claro, porque acabei de me formar. Mas enfim, estamos aqui para isto, para conversar. 





















Top 5 € Lisboa


Chapitô

Pode não parecer, mas além do restaurante, que é mais caro, a esplanada tem preços muito acessíveis.

Por exemplo, batatas da troika 3,5 (casca de batata frita), cesto de pão com azeitonas 1,6 mais um copo de vinho, 3. Desta vez foi a dividir (porque estas entradas são muito bem servidas) e ficou 11, ou seja 5,5 para cada.

O ambiente é excelente, a vista é fantástica e a animação não pára. O restaurante e esplanada abrem as 18h e fecham à 1h.

Peça de quinta a domingo às 22h chama-se Dr Jekill and mr Hyde. É uma companhia encenada por um Senhor inglês chamado John Mowat. De tudo o que vi deles, até agora têm feito teatro físico com manipulação de objectos e personagens, os atores passam rapidamente de uma personagem para a outra. Tudo isto com muito humor e quando possível humor negro parecido com o dos ingleses.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Top 5 € LISBOA


Manter viva a nossa relação com a cidade onde vivemos, muitas vezes acaba por se tornar cansativo. Por isso, aqui ficam três sugestões para comer em Lisboa por menos de 5 euros.

Nas portas de Santo Antão, perto ao coliseu dos recreios, fica o 1 andar. Chama-se rua (...). É o Ateneu onde os moradores do bairro vão para ir às piscinas e fazer outras atividades.

O 1 andar tem três salas. Os empregados parecem um grupo de amigos que resolveu investir no negócio: servem com muita simpatia e boa onda. O menu tem várias sugestões bem portuguesas, bebidas, licores e sobremesas, tudo a um preço super acessível.
Pedi uma tosta de pasta de azeitonas com queijo feta e uma coca-cola. Por isto paguei 4,5 ! Atenção que a tosta é enorme, é feita com pão de forno de lenha!
Aconselho que se forem acompanhados, peçam uma tosta e salada para dividir que preço é o mesmo!




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014



GO UP is a sight specific performance that invites the audience to go up to the roofs of the local city(where the performance happens).
The proposal is to rediscover the affectionateness with the city and a new cartography: the map of roofs and terraces. 
Up there, the audience will find a pair of binoculars and several headphones with voices that talk about the city view from the top. Writers will be invited to write about GOing UP.

Observations:
There's always a monitor with the audience that will be taking care of the terrace. No more than 10 people can do this performance at the same time. And for 15 minutes the audience explores the landscape.

Two writers will be invited to think about the local city from this perspective. To each city there are local writers invited. 


     

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Lift Santa Justa's view


Citybooks

citybooks: unique city portraits through words and pictures by European authors and artists.

citybooks: short stories about cities written by famous authors and up-and-coming literary talents. Perfect for on your e-reader, or for a lazy listening session on your mp3 player. Let the power of imagination carry you to Chartres, Graz, Venice or Skopje. Read about Lasha Bugadze' Song for Tbilisi, follow Arnon Grunberg toLublin, or listen to Chika Unigwe's Heart of Darkness in Turnhout.
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